Postagens populares

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O fim do silêncio publicado pela revista VejaLuiz Garrido "Eu tinha só 14 anos quando a gente se conheceu e ele sempre teve muito ciúme. É até engraçado, porque o famoso e bonitão era ele. Mas o fato é que desde o início do meu casamento volta e meia os desentendimentos terminavam em violência física. A gente se separava e depois voltava. Passei muito tempo evitando enxergar, acreditando no amor, tentando preservar a família. O Kadu é um ótimo pai, do tipo que acorda cedo para fazer vitamina para as crianças, ajuda a fazer o dever de casa. Eu não queria privar os meninos dessa convivência, mas hoje consigo enxergar que isso foi um erro. Numa situação de violência a auto-estima fica lá embaixo, você não consegue produzir nada, só uma fantasia de que aquilo tenha algum futuro. Acaba se prejudicando e também prejudica a família. No Carnaval, quando ele me bateu, acabei explodindo e expondo todo mundo exatamente da maneira que sempre lutei para evitar." Ingrid Saldanha, 32 anos, carioca, atriz MORTE ANUNCIADA Núbia Haick, morta pelo marido no ano passado: queixa na polícia não adiantou "O sofrimento da minha cunhada começou um dia depois do casamento. Ela apanhou do marido ainda na lua-de-mel. Mas, por medo e vergonha, ela dizia que havia caído ou se batido. A família demorou a saber o que se passava, mas ela fez várias denúncias à polícia. Dezenas de boletins de ocorrência e laudos do Instituto Médico Legal que comprovaram as agressões que ela sofria não foram suficientes para colocar o Ismael (Haick, ex-marido de Núbia) na cadeia. Fui uma testemunha do terror que esse homem impôs a toda família. Um dia, já depois da meia-noite, recebi um telefonema da babá dos meus sobrinhos dizendo que Núbia não havia chegado em casa. Na hora eu pensei: meu Deus, perdemos a Núbia. Na manhã seguinte fomos à delegacia e soubemos que um corpo de mulher havia sido encontrado num matagal. Quando reconheci o corpo no IML, fui tomado pela revolta. Todas as denúncias que a Núbia apresentou à polícia não serviram de nada para evitar que ela fosse morta." Nelson Furtado, tesoureiro, cunhado da professora Núbia Conte Haick, de 42 anos, assassinada no ano passado pelo ex-marido Liane Neves "Casei com 19 anos e não imaginava que existisse nada parecido com o que aconteceu comigo. A primeira atitude de violência foi um mês depois, por causa de um armário que comprei sem avisar, para fazer uma surpresa. Ele me deu um soco no queixo que me deixou com problema no maxilar para o resto da vida. Passei fiascos em público com cena de ciúme. Agüentei esse tipo de coisa seis anos. Ele me batia, me esgoelava, me punha arma na cabeça. Eu continuava achando que ele precisava de ajuda e que eu era a única pessoa que podia ajudá-lo. Não tinha medo. No dia em que tive medo, saí de casa. Saí também da minha cidade, e só consegui voltar quase vinte anos depois. Foi tamanho o bloqueio que não conseguia lembrar das coisas ligadas ao casamento. A violência soterra lembranças, doçura, meiguice. Mas é possível se restaurar, juntar os cacos, sem ficar dura e empedernida para sempre." Salma Teresinha Vilaverde, 46 anos, gaúcha, produtora cultural Liane Neves "Estava separada do pai dos meus filhos quando conheci um homem doze anos mais novo e me apaixonei. Isso foi há dois anos. Durante seis meses minha vida foi muito boa. Depois ele passou a beber demais e começaram as agressões. Foram três. A primeira, por ciúme de um primo meu. Ele me chamou de p... e me bateu no rosto. Avisei que não fizesse de novo. A segunda vez foi porque eu cheguei tarde da casa dos meus pais. Esperou no ponto do ônibus e me deu um tapão ali mesmo. Depois pediu desculpas e eu dei mais uma chance. Em novembro do ano passado, foi a gota d'água. Ele queria o meu cartão do banco. Recusei e levei vários chutes na barriga. Dessa vez foi demais. Saí de casa e decidi dar queixa. Fui ameaçada, ele disse que não ia dar em nada porque é primário e tem primo delegado. Dei queixa mesmo assim. Ele me procurou dizendo que, se eu retirasse a queixa, ele voltaria para mim. Eu respondi: 'Entenda isso: não foi você que me largou, eu é que larguei você. Acabou'." Sandra Fernanda Alves Farias, 36 anos, pernambucana, funcionária da prefeitura de Olinda

Nenhum comentário:

Postar um comentário